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domingo, 7 de fevereiro de 2016

Fátima - A Filha de Maomé

Depois de ler Khadija - A Mulher de Maomé, fiquei em pulgas para folhear a continuação. Fátima, chegou à minha estante pouco tempo depois, com o apoio da Editorial Bizâncio. 

Penso que já tinha referido na opinião do livro anterior que não conhecia Marek Halter, apesar de, com uma breve pesquisa, descobrir alguns títulos da sua autoria que não me são totalmente desconhecidos. Mas à semelhança do que acontece com outros autores que tenho descoberto através da parceria com a Editorial Bizâncio, Marek Halter está a revelar-se uma boa surpresa. Gosto da forma como me ensina um pouco de história e religião, particularmente uma religião que não é a minha, e consegue manter-me interessada na leitura. Logo eu, que nunca gostei particularmente de ler romances históricos ou de época, dou por mim a apostar cada vez mais neste género literário.

Com tudo o que vemos nas notícias sobre o povo muçulmano, crentes de Allah, torna-se muito interessante saber como tudo começou, desde que o anjo Gabriel revelou as palavras do Livro a Maomé. Cheguei até a notar algumas discrepâncias com o que se passa actualmente, apesar de não ser uma entendida nesta religião em particular, ou em qualquer outra, em geral. Cheguei a questionar-me como é que tudo evoluiu até aos terroristas que matam em nome de Allah. Onde é que isto correu mal?

Bom, mas deixando as divagações à parte, falemos um pouco deste livro em particular. Tal como o nome da série indica, a história é focada nas mulheres que desempenharam um papel importante na vida de Maomé. Depois da morte da sua primeira esposa, Khadija, o profeta é acompanho pela sua filha Fátima. Nascida após a morte do único filho homem do profeta, Fátima é criada como um rapaz e educada nas artes da guerra. Quando os grandes de Meca se revoltam contra Maomé, acusando-o de ser um falso profeta, ameaçando a sua estadia na cidade e impedindo-o de rezar e espalhar a palavra de Deus na Caaba, é Fátima que o acompanha e o protege. Claro que esta relação entre pai e filha, nem sempre é vista com bons olhos. Ela veste-se como um homem, comporta-se como um guerreiro e recusa-se a submeter-se à vontade de um marido e a constituir família. Mas Maomé vê na filha uma bênção de Allah, uma parte de si próprio, uma filha que saberá ser a lâmina da sua descendência.

Tive alguma dificuldade em "esquecer-me" de Khadija porque revi a mesma determinação e a mesma força em Fátima. E se no primeiro livro fui surpreendida por Maomé, neste acabei por não simpatizar muito com ele. Especialmente pela forma como se distancia da filha, susbituindo-a por Aicha, que será a sua segunda esposa. Mais alguém ficou triste ao saber que Maomé estava pronto para substituir Khadija por uma criança de 10 anos? E digo-vos já que há qualquer coisa nesta personagem que não me inspira muita confiança... Aguardo o terceiro livro para esclarecer as minhas dúvidas. E quanto ao pretendente de Fátima, terei sido só eu a achar que Maomé interpretou mal a escolha de Allah? Então o primeiro a converter-se à sua vontade não foi o Zaid? Hum....

Para quem gosta de romances históricos ou livros de época, acho que esta série das Mulheres do Islão é uma aquisição indispensável para as vossas estantes. A escrita de Marek Halter agarra-nos facilmente à história e às suas personagens. Recomendo a leitura!




Fátima - A Filha de Maomé vai contar para o Desafio Inverso de Fevereiro, para a categoria "Romance Histórico ou de Época". Não sei se conseguirei concluir a segunda categoria do desafio porque a minha pilha para este mês cresceu exponencialmente e confesso que já ando a panicar... Desconfio que algumas leiruras terão que ser adiadas para Março, mas depois farei outro post sobre isso.



10 comentários:

  1. Pareceu-me interessante... Realmente, as tuas "divagações" deixaram-me a pensar... O que é que correu mal para que essa religião "evoluiu" (se é de evolução que se trata...) para o que hoje chamamos terrorismo e extremismo? Talvez seja mesmo fundamentalismo, mas isso já são outras conversas...

    A minha pilha também já vai grande, mas vou tentar aproveitar o desafio para os ler (vamos ver se consigo...).

    Beijinhos,

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    1. Olá Diogo,

      Ao ler estes livros fica-se mesmo com uma ideia bem diferente deste povo. É muito difícil não entrar em divagações por causa disso.

      Olha por aqui a pilha vai em altas e as leituras vão em baixas lol

      beijinhos

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  2. Olá, SPi,
    Estou bem curiosa com este autor...

    beijinho, e boas leituras

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  3. Viva,

    Bem depois do Yasmina agora é este escritor da Bizâncio que me está a surpreender pela positiva, acabei de ler "O Vento dos Kazhares" e adorei, tens que ler ;)

    Bjs e venha o seguinte :D

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    1. Olá Fiacha,

      Sugestão anotada. Também fiquei com vontade de ler esse livro.
      Sim, venha a Aicha :)

      beijinhos

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  4. Olá, Sofia. :)
    Eis uma temática muito importante para quem pretende descobrir mais sobre o Islão.
    Abraço e continuação de boas leituras.

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    1. Olá Nuno,

      É mesmo por isso que ultimamente ando mais virada para romances históricos. Aprende-se um pouco e de forma simples :)

      beijinhos

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  5. Olá Sofia,
    Mais uma opinião que me deixa muito curiosa. Acho que é mesmo uma trilogia que tenho que apostar.
    Beijinhos

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    1. Olá Tita,

      Bem sei que não andas com vontade de começar trilogias, mas esta é uma boa aposta. Lê-se bem e é muito interessante. Sempre aprendemos um pouco sobre a vida de Maomé e de como era Meca naquela época. Se tiveres oportunidade, é muito bom :)

      beijinhos

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