O Caderno Vermelho

O Caderno Vermelho, de Pedro Cipriano, chegou cá a casa na semana passada. Desde então tem-me acompanhado um pouco para todo lado, pois o facto de ser pequeno dá muito jeito para guardar em qualquer mala. Esta semana surgiu, finalmente, a oportunidade de iniciar a leitura enquanto acompanhei o meu namorado a uma consulta e aproveitei o tempo de espera para lhe pegar. Estão a ver aquelas horas de espera intermináveis nos hospitais? Eu confesso que ainda olhei para o livro e pensei que se calhar me dava jeito um livro maior.... Mas acontece que em menos de nada estávamos atendidos, e depois disso até fiquei com vergonha por ter que pausar um livro tão pequeno. No total devo ter lido 30 páginas naquele dia. 

Hoje voltei a pegar-lhe e lá o terminei num ápice.

Gostaria de começar por referir que adorei saber que este livro foi editado em papel reciclado. Não sei se a ideia terá partido do autor ou da editora, mas espero que a iniciativa se repita. Não querendo pedir muito, não era má ideia que todos os livros passassem a ser editados desta forma, pois além de se tornarem um pouco mais baratos, também era uma forma de proteger o ambiente. 

Em relação o livro propriamente dito, devo confessar que parti para a leitura com algum receio do que poderia encontrar. Não quero ser extremista ao dizer que não gosto de poesia... Mas posso dizer que não é bem a minha praia.... Acho que fiquei com algum trauma depois de ser obrigada a estudar a poesia de Fernando Pessoa, no secundário. Não gostei muito daquela sensação de estar a ler algo e não perceber patavina da ideia subentendida que o autor lá deixou, o que acontece bastante com alguns dos heterónimos de Fernando Pessoa... E olhem que ainda me posso gabar de ser uma das poucas pessoas na minha turma que conseguiam tirar boas notas nos testes de português nesta altura. Mas que eu detestava aquilo, lá isso detestava...

Com isto tudo pretendo apenas dizer que O Caderno Vermelho, foi uma surpresa muito agradável, tanto pela sua simplicidade e clareza de discurso, como pelo tema abordado que é tão actual na sociedade em que vivemos. Atribui-lhe uma classificação de 4 estrelas no Goodreads, pois apesar de não ser o género literário que eu mais gosto, conseguiu cativar-me e só por isso merece pontos extra. Não é o primeiro trabalho de Pedro Cipriano que tenho oportunidade de conhecer, mas foi a primeira vez que li um livro dele e ficarei à espera de repetir a experiência com o seu próximo trabalho. Vou estar atenta!