O Diário Azul, de James A. Levine, é um livro um pouco difícil de ler. Não pela forma como está escrito ou algo do género, mas porque aborda um tema triste e algumas cenas podem chocar os mais sensíveis. Confesso que como mulher, me custou muito ler alguns excertos deste livro. Para além disso, este género literário não é bem a minha praia, pelo que normalmente evito este tipo de livros. Já sei que o ser humano é capaz das maiores barbaridades, dispenso que estejam sempre a lembrar-me. A sério! Há temas que me chocam e não percebo como é que ainda acontecem certas coisas hoje em dia.
Pelo que percebi (não sei se será mesmo assim) esta história é apenas fictícia, no entanto parece bem real.
A história decorre na Índia, mais propriamente em Mumbai, onde Batuk vive no seu ninho e escreve um diário às escondidas da Mamaki. Nesse diário faz o relato dos seus dias e deposita os seus pensamentos. Explica-nos que faz pão doce todos os dias, desde que chegou à cidade, fala-nos dos seus amigos com quem partilha o mesmo destino.
Batuk é uma menina de 15 anos que foi obrigada a tornar-se prostituta. A sua família, oriunda de uma pequena aldeia indiana, perdeu o seu dinheiro e, levados pelo desepero de ter muitos filhos para alimentar, decidiram vendê-la.
Eu sei, eu sei...
O início do livro fez-me lembrar As Memórias de um Gueixa, pela forma semelhante como ambas as personagens foram vendidas pela própria família e também pelo leilão que é feito à virgindade de Batuk. A diferença, é que Sayuri já era crescidinha e sabia mais ou menos o que se ia passar. A Batuk tem apenas 9 anos, quando a sua virgindade é leiloada por homens nojentos, porcos e suados, e não faz ideia do que se iria passar. Resultado: é violada, obviamente, vezes sem conta. Só posso imaginar, felizmente, qual poderá ser o efeito que algo deste género tem numa criança.
Regra geral, gostei do livro e admito que é um bom livro. A escrita é simples e acessível e um tanto juvenil. Vale a pena passar algum tempo com ele, pois permite ter uma ideia de como o ser humano consegue ser diabólico e mesquinho, e se pudermos aprender alguma coisa com isso, tanto melhor. Não é fácil para mim escrever uma opinião acerca deste livro pois não despertou em mim sentimentos agradáveis. Senti-me revoltada e enojada por saber que o que estava a ler acontece realmente, não é apenas ficção. Acho que só por despertar sentimentos tão fortes, já merece alguma consideração.
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